O escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986),
mestre de labirintos e códigos da linguagem.
Para uma versão do I Ching
Quanto o rígido ontem. Não há nada
Que não seja uma letra calada
Da eterna escritura indecifrável
Cujo livro é o tempo. Quem se demora
Longe de casa já voltou. A vida
É a senda futura e percorrida.
Nada nos diz adeus. Nada vai embora.
Não te rendas. A masmorra é escura,
A firme trama é de incessante ferro,
Porém em algum canto de teu encerro
Pode haver um descuido, a rachadura,
O caminho é fatal como a seta,
Mas Deus está à espreita entre a greta.
Jorge Luis Borges | A Moeda de Ferro, 1976.
Tradução | Josely Vianna Baptista
Começo este diário com esse poema de Borges. Descobri há pouco tempo. A partir de agora começo a trilhar as vozes dos hexagramas. Desconheço a frequência das postagens e a assiduidade com que virei esboçar minhas notas, mas elas existirão em papel. Devo registrar a gênese do meu interesse pelo oráculo milenar chinês a partir da minha experiência com o Tarô, meu ofício principal. Eles não se completam e não se conhecem, mas dialogam. Ambos decodificam o caminho do Criativo, o livro da vida e das mutações. Ao receber uma caixa repleta de livros sobre o I Ching, no final de 2006, nunca soube que um dia os leria com propriedade. Chegou o momento. Que este espaço se estabilize como campo de reflexão para quem se envereda pelas vozes de algum oráculo espefícico.
Força
e feliz Ano Novo chinês,
L.
Força
e feliz Ano Novo chinês,
L.
Olá! Léo, sou apixonada pelo I Ching. Recentemente descobri o tarot do osho de Ma Deva e com ele o tao Oráculo I Ching. Fiquei encantada... Tentanto descobrir mais sobre esse oráculo, que parece não haver ainda edição brasileira, descobri seu artigo e blog. Adorei o poema do Jorge Luiz Borges que vc postou aqui em seu blog, mas espero que continue postando suas descobertas sobre o I Ching.
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